segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Venom


Se não fosse o Venom, com certeza hoje não ouvíramos muitas das bandas de metal de hoje em dia. Muitos músicos já declararam, como o próprio James Hetfield do Metallica, que Cronos, Mantas e Abaddon foram suas maiores influências. A banda, que iniciou nos anos 80, foi pioneira em letras satânicas e no visual usado por muitos musicos de metal extremo nos dias de hoje. O próprio surgimento do nome Black Metal é creditado ao Venom, quando foi lançada a música homônima. Juntamente com o Hellhammer/Celtic Frost e o Btahory, o Venom deu início a cena extrema tanto pelo peso de seu som quanto pela influência que exercia nas bandas que estavam nascendo.

Para o Brasil a banda teve uma grande importância uma vez que o show do Venom em 86 é considerado um dos primeiros shows de metal (o primeiro de metal pesado), dando um empurrão na nossa cena metal.

Poucos grupos têm uma história tão rica quanto o Venom. Um despretencioso trio que se tornou um ícone para, no mínimo, duas gerações do metal e para praticamente todos os seguidores da música extrema.

Tudo começou no início dos anos 80, na cidade britânica de Newcastle, onde três amigos uniram-se para fazer som e letras corrosivas, verdadeiros hinos anti-religião. Vindos de conjuntos inexpressivos do interior da Inglaterra, Cronos, Mantas e Abaddon abalaram as estruturas da música pesada com seu disco "Welcome To Hell", lançado pela Neat Records no ano de 1981.

Em 1982 a banda lança a obra prima Black Metal, que deu um nome definitivo a um estilo que acabava de ser inventado. Pode-se dizer que esse é o disco mais importante da história do estilo, sendo fonte de inspiração até hoje.

A falta de preocupação com a parte técnica também foi uma marca registrada nos primeiros anos, em que "Possessed" e "At War With Satan" consagraram o Venom como um dos mais originais grupos da década. Influência para Metallica, Sepultura e Krisiun, por exemplo, o trio nunca chegou a ter vendagens magníficas, mas arregimentou uma legião de fãs fiéis que acompanham sua trajetória até hoje.

As letras satanistas foram encaradas com seriedade por alguns e como parte essencial do tom debochado que a banda sempre ostentou por outros. Mantas deixou o Venom pouco antes da histórica tour pela América do Sul, em 1986. Dois guitarristas foram contratados para substituí-lo e o Brasil foi um dos primeiros países a ver a line-up formada por quatro integrantes. A excursão acabou sendo decisiva para a criação de uma cena headbanger no país, que ainda vivia a ressaca do primeiro Rock In Rio.

Desde o seu início, o Venom foi um dos grupos mais prejudicados pela pirataria de discos. Incontáveis álbuns passaram a ser facilmente encontrados com registros dos brilhantes shows de Cronos e seus companheiros. Mantas acabou retornando para casa alguns anos depois, e a discografia se extendeu com algumas coletâneas e um duplo ao vivo, "Eine Kleine Nachtmusik", além de outros álbuns essenciais para os colecionadores, como "Temples Of Ice" e "Prime Evil", por exemplo.

Com o passar do tempo, o Venom tornou-se uma verdadeira lenda, que resistiu à saída do carismático baterista Abaddon, aos projetos solo de Cronos e Mantas, que não tiveram uma recepção muito calorosa por parte dos fãs, e até a um precoce fim. Seu público manteve-se ligado e sempre aguardando novos trabalhos. E em 2000 surgiu a grande notícia: o Venom estava vivo e pulsante. O disco "Ressurrection" trouxe uma formação renovada com a presença de Antonn na bateria. Um músico muito técnico e que injetou uma nova dose de energia na banda. Mais pesado, extremamente bem tocado, o som do Venom ganhou contornos modernos, mas sem perder suas características.

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