quinta-feira, 29 de maio de 2008

Slayer


É inegável a importância do Slayer na história da música pesada. Uma das precursoras do estilo Thrash, a banda até hoje é uma das mais agressivas de todos os tempos, influenciando milhares de músicos, conquistando uma imensa legião de fãs e tornando-se respeitadíssima em todo o planeta.

Tudo começou em Los Angeles, em 1981, quando o guitarrista Kerry King e o baixista e vocalista Tom Araya procuravam algumas pessoas para completar a formação da banda. Encontraram ninguém menos que o guitarrista solo Jeff Hanneman e o baterista Dave Lombardo, um verdadeiro fenômeno nas baquetas.

Inicialmente tocando covers de bandas de Metal tradicional como Judas Priest, foram convidados para entrarem no track list da coletânea “Metal Massacre III” da gravadora Metal Blade. Satisfeita com o resultado obtido, a Metal Blade, no mesmo ano, lança o álbum de estréia do Slayer, intitulado “Show No Mercy”.

Dois fatos chamaram a atenção da mídia e do público: os temas satânicos, explícitos tanto nas letras como nas fotos e ilustrações do encarte, e a velocidade das composições. Em 1984, o single “Hauting The Chapel” trazia os clássicos “Chemical Warfare” e “Captor Of Sin”, e eles já começavam a conquistar o seu lugar ao sol.

No ano seguinte, gravam “Hell Awaits”, álbum que vendeu muito bem para a época e valeu um contrato com a Def Jam Records. Os riffs estavam mais complexos, rápidos e agressivos, e parecia que o grupo havia chegado no limite. Mas isso ainda era só o começo.

Em 1986, o mundo rendeu-se a genialidade do Slayer. Em conjunto com o famoso produtor Rick Rubin, entraram em estúdio para a gravação do que se tornou o maior clássico da música Thrash de todos os tempos, uma verdadeira aula de como ser agressivo, matador, insano. O disco, intitulado “Reign In Blood”, tinha pouco menos de 30 minutos de duração, tempo suficiente para impressionar o mundo.

Tentando se aproveitar do ótimo momento vivido pelo quarteto, a antiga gravadora, Metal Blade, soltou no mercado “Live Unded”, um álbum fraco, mal gravado, com material antigo, que não correspondia com a grandeza atingida pela banda naquele momento. Porém, os primeiros problemas com Dave Lombardo começaram a surgir e chegou-se até a anunciar a sua saída, mas o baterista voltou ao cargo dias depois.

O quarto trabalho inédito, “South Of Heaven”, de 1988, trouxe algumas mudanças no som. Alguns fãs ficaram decepcionados, pois esperavam um “Reign in Blood Part II”, mas o que se ouve em “South Of Heaven” são músicas mais lentas, arrastadas, com climas mais sombrios. Com o tempo, o disco foi bem aceito e estava claro que eles não estavam mais comercias nem menos agressivos, apenas um pouco mais lentos.

Em 1990, lançaram “Season In The Abyss”, um álbum muito bem sucedido comercialmente, e que chegou a faturar um disco de platina. Esse era o trabalho mais maduro do Slayer até então, pois eles haviam conseguido misturar velocidade, melodia, peso, temas mais lentos e trabalhados. O vídeo da faixa-título, filmado entre as pirâmides do Egito, chegou até a passar na MTV, durante a programação normal da emissora.

Iniciam a tão conhecida “Clash Of Titans”, uma excursão pela Europa ao lado de grupos consagrados como Megadeth, Testament e Suicidal Tendecies. Aproveitaram para gravar o duplo ao vivo “Decade Of Agression” que é um registro perfeito de toda a energia que rola nos shows da banda.

Porém, as coisas com Dave não haviam melhorado e o baterista abandona o grupo em 1992, sendo substituído por Paul Bostaph, ex-Forbidden. Com uma técnica incrível, Paul surpreendeu a todos, acabando de vez com qualquer esperança de um retorno de Dave. Este, por sua vez, criou o excelente Grip Inc.

Com o novo integrante, lançaram, em 1994, “Divine Intervention” que contava com uma excelente produção, dando nítido destaque aos bumbos de Paul Bostaph. No ano seguinte, o vídeo “Live Intrusion” chegou às lojas, trazendo um show na íntegra do grupo, onde pode-se encontrar também cenas inusitadas, com a de um fã escrevendo o nome “Slayer” com um bisturi em seu próprio braço, entre outras.

Em 1996, gravaram um álbum de covers, homenageando as bandas punks que os influenciaram no início de carreira. “Undisputed Attitude” tem de tudo, DRI, T.S.O.L. e Minor Threat, só pra citar algumas. Paul Bostaph chegou a deixar o grupo após as gravações, sendo substituído por Jon Dette, ex-Testament, mas retornou um ano depois, a tempo de gravar, no começo de 1998, o novo álbum.

Intitualdo “Diabolous In Musica”, o disco causou certa polêmica. As guitarras estavam quase dois tons abaixo do normal e eles foram acusados de estarem entrando na onda do “Nu-Metal”. A verdade, é que assim como provaram em “South Of Heaven”, Tom Araya e companhia podem soar pesados sem serem rápidos o tempo todo.

Já em 2001, “God Hates Us All”, trouxe de volta os antigos elementos do Slayer e mesmo mantendo as afinações baixas e as experimentações de timbres e efeitos, o grupo continua soando mais matador do que nunca. No ano seguinte, uma grande surpresa para os fãs: o baterista Dave Lombardo volta ao grupo e continua a turnê desse disco. Uma das últimas apresentações da banda ao lado de Bostaph foi gravada, dando origem ao DVD “War At The Warfield”, lançado somente em 2003. No mesmo ano, o Slayer lança o ‘box-set’ “Soundtrack to the Apocalypse”.

Um ano depois, o conjunto grava um show realizado no Augusta Civic Center, para o lançamento de mais um DVD. O clima de nostalgia em “Still Reigning” era o maior possível: além da banda retomar sua formação original, o clássico “Reign in Blodd” fora tocado na íntegra, com o visual de palco da época da turnê do álbum, lançado em 1986, adotado para o show.

Os rumores de um novo disco de estúdio iam surgindo incessantemente, até que a banda resolve entrar em estúdio no final de 2005 para dar início aos trabalhos de gravação. A previsão era de que o novo álbum fosse lançado no 06/06/2006, o que não aconteceu. Contudo, a data profana não passou em branco, e o Slayer lança nesse dia o EP “Eternal Pyre”. Uma faixa inédita, “Cult”, dava mostras do que seria o ‘full-lenght’.

Produzido por Rick Rubin, “Christ Illusion” é lançado no dia 8 de Augusto de 2006. Desde as letras, tratando de temas políticos e anti-clericais, até sua capa polêmica, só uma coisa pode ser atestada: o Slayer está de volta.

Nenhum comentário: